Aplicando BDD 2.0 no dia a dia: ganhos e contras

Aplicando BDD 2.0 no dia a dia: ganhos e contras

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Reflexão prática sobre o meu uso de BDD 2.0 em times de desenvolvimento, destacando ganhos e limitações.

Aplicando BDD 2.0 no dia a dia: ganhos e contras

Tudo começou com um problema que o time de desenvolvimento externo estava enfrentando em relação aos cards gerados a partir das solicitações do time de negócio.
Apesar de existir uma certa padronização, havia lacunas nas definições de requisitos. Isso gerava retrabalho: cards voltavam do desenvolvimento ou, pior, percorriam toda a esteira até chegarem em QA e validações funcionais, apenas para retornar por má definição inicial.

A busca por padronização

Diante desse cenário, comecei a buscar formas de estruturar melhor os cards, reduzindo ruídos de comunicação e garantindo qualidade na entrega.
Durante o evento The Developers Life Weekend, participei de um workshop online com Julio Bachion, onde conheci o BDD 2.0.

O BDD (Behavior-Driven Development) é uma metodologia ágil que aproxima negócio, desenvolvimento e QA por meio de linguagem natural (Gherkin) para descrever comportamentos esperados de um software.
Com a evolução para o BDD 2.0, essa prática passou a dialogar diretamente com ferramentas generativas de texto (GPTs), facilitando a escrita e padronização de cenários.

Da teoria para a prática

A prática exige calma e adaptação. De nada adianta aplicar um processo que o time não está pronto para receber. Por isso, comecei pequeno:

  • Primeiros testes: usei o BDD 2.0 em cards menores, relacionados à usabilidade de usuários.
    Resultado: ganho claro de assertividade nas revisões de funcionalidades e no QA. As entregas ficaram mais consistentes.

  • Cenários complexos: avancei para funcionalidades de comunicação entre sistemas (APIs).
    Resultado: fracasso nas primeiras tentativas. O método gerou confusão, principalmente no entendimento de cenários técnicos mais detalhados.
    Nesse caso, voltei a utilizar especificações mais estruturadas, no estilo “cascata”, com documentação técnica resumida, mas clara.

Ganhos observados

  • Redução de retrabalho em demandas ligadas à experiência do usuário.
  • Melhor alinhamento entre time de negócio e QA.
  • Cards mais claros e padronizados para funcionalidades de front-end.

Contras identificados

  • Dificuldade em aplicar o método em integrações técnicas complexas (APIs).
  • Possível confusão no entendimento quando o time não está familiarizado com a metodologia.
  • Exige disciplina e adaptação gradual para não travar o fluxo.

Conclusão

O BDD 2.0 trouxe melhorias significativas quando aplicado no contexto certo.
Não se trata de uma bala de prata, mas sim de uma ferramenta valiosa para aumentar a qualidade e reduzir ruídos, desde que usada com discernimento.

No fim, aprendi que enquadrar a metodologia ao tipo de demanda faz toda a diferença:
para usabilidade, o BDD 2.0 é altamente eficaz; para integrações técnicas complexas, especificações tradicionais ainda se mostram mais seguras.